Tivemos o prazer de testar o novo Nokia C7 e ficámos bem impressionados. Apesar das limitações do “velhinho” Symbian, a Nokia parece querer agarrar o mercado dos smartphones e a concorrência que se cuide.

A Nokia prepara-se para abandonar o Sistema Operativo Symbian, o que nos pareceu ser a principal “lacuna” deste muito bem conseguido equipamento. Mesmo assim é notório o trabalho da Nokia em “artilhar” este SO com algumas das funcionalidades existentes nos Sistemas Operativos da concorrência, como o iOS da Apple e o Android da Google, que detém a maior fatia de mercado. E algo que resulta muito bem e é imprescindível num smartphone nos dias de hoje é a integração com as redes sociais.

Conhecendo o funcionamento do iPhone por exemplo, diria mesmo que esta integração está melhor conseguida do que no iOS, uma vez que esta chega-nos nativamente no Symbian, e no iPhone é necessário uma aplicação específica para cada rede social (Twitter ou Facebook por exemplo). Primeiro Round…1-0 de vantagem para a Nokia!

O ecrã deste Nokia é algo de fascinante. Primeiro porque o seu enquadramento no equipamento está muito bem conseguido, onde o vidro quase que se funde com a orla cromada que o rodeia. Em segundo lugar porque tratando-se de um ecrã com tecnologia AMOLED, as cores são muito vivas e brilhantes, e a resolução é muito boa. Não é melhor que a do sistema retina do iPhone 4G, mas não lhe fica muito atrás e bate certamente os anteriores modelos como o iPhone 3G e 3Gs, pelo que no segundo Round temos um empate.

Em termos de conectividade o Nokia C7 tem tudo o que a concorrência tem. Bluetooth norma 3, wifi, GPS, ligação por cabo USB e ainda a vantagem de possuir os mapas Ovi, não nos obrigando a ter de comprar um software específico extra para tirar partido do GPS.

No que diz respeito à câmara fotográfica, o C7 conta com 8 Megapixéis de resolução e uma câmara frontal mais “fraquinha” para videochamadas. Os dois flashes led são potentes q.b. para não nos deixar às escuras, podendo até servir de lanterna, mas lá se vai a bateria se abusarmos muito deles. Um dos aspectos de que gostámos neste smartphone, e que não gostamos no iPhone por exemplo é que mesmo em interiores, as imagens não ficam escuras, algo de louvar num telemóvel que não é vocacionado para fotografar, mas que o faz com muita qualidade.

Já que falamos de bateria o Nokia C7-00 é do tipo carregar e esquecer. Possui ainda um modo de economia que duplica a autonomia do equipamento. Contudo se passarmos o tempo todo a navegar na internet via Wifi, é normal que a bateria se ressinta, mas isto é um “sintoma” de que todos os bons smartphones padecem.

Os 8 Gigas de armazenamento interno dão para os gastos de armazenamento de fotos, mas quanto a músicas já não nos podemos “alambazar” muito, pois num instantinho os 8 Gigas se enchem com fotos, documentos, músicas e outras tralhas digitais. É pena porque 8 GB já soam a muito pouco nos dias que correm, mas temos sempre a possibilidade de investir num cartão de 32 GB microSD para expandir o armazenamento. Contudo temos de tirar a bateria para o remover ou inserir…o que não é normal num smartphone, mas penso que aqui o factor design e espaço foi determinante para os Engenheiros da Nokia, e lembremo-nos de que o iPhone nem possui slot para cartão SD. Contudo para quem quiser fazer muitas filmagens e passar o cartão para outros equipamentos vai ter de rebootar muitas vezes o equipamento, assim como abrir para tirar a bateria e cartão…

Em termos de ergonomia o C7 é muito confortável de usar. Utilizando compostos leves no seu fabrico, pesa apenas 130 gramas e em termos de grossura anda par a par com a concorrência directa. Nada a apontar neste capítulo. O ecrã espaçoso q.b. fica centrado na zona frontal do equipamento, sendo que por cima fica o altifalante e por baixo três botões: ligar, desligar e um botão no meio destes dois que permite aceder ao menu, repleto de funcionalidades, que vão desde aos programas e jogos, configurações e acertos, passando pela visualização de emails (com sincronização ao Microsoft Exchange – testada e de fácil configuração) e SMS, fotos e outros documentos.

No topo do chassis encontra-se o botão de on/off, assim como a ligação para Jack de 3.5 mm e cabo USB. Do lado direito encontram-se três botões de navegação (trás, stop, frente) que permite interagir com música ou fotos, ou o volume de som, sendo que o botão do meio activa os comandos por voz. Um slider para bloquear o ecrã (algo que podia ser evitado adoptando o exemplo o iPhone – por software) e um botão que lhe permite disparar em modo fotográfico. Do lado esquerdo reside a entrada do carregador, que pode ser ignorada caso pretendamos carregar via porta USB, algo que também é possível com este equipamento.

Em termos de software nada mais há a dizer de novo a quem já conhece o Symbian 3. Tirando o facto de que a Nokia parece percebido a diferença deste SO para o Android ou o iOS e dotou-o de algumas features como a integração com as redes sociais já referida e a loja Ovi, que permite instalar mais aplicações. As funcionalidades de integração empresariais como o Exchange por exemplo já são conhecidas de há muitos anos a esta parte, e aí nesse campo continua a Nokia a seguir pelo bom caminho. Um senão é apenas o facto de se possuirmos dois contactos relativos à mesma pessoa na agenda do equipamento, quando recebemos uma chamada dessa pessoa, o nome não aparece, apesar de ter o contacto associado. Algo que é algo incómodo pois pensamos sempre que não conhecemos quem nos liga, e pode levar a que não atendamos as chamadas, mas nada de grave quando depois de muito esforço descobrimos qual a causa do problema, algo que no iPhone por exemplo, não acontece.

Ainda outra funcionalidade muito interessante é o emissor FM que no caso de não possuirmos um sistema de alta-voz no carro, permite enviar sinal FM para o carro, que sintonizando no auto-rádio, possibilita ouvir o som pelas colunas do carro.

No que diz respeito ao Multi-Touch, a Nokia também fez aqui um bom trabalho. A experiência é quase semelhante ao iPhone, quanto a nós o melhor do mercado, e a Nokia adicionou uma funcionalidade muito agradável, quando tocamos no ecrã o equipamento tem um ligeiro vibrar muito momentâneo, que dá uma certa sensação de carregarmos em teclas reais, algo que nunca tínhamos experienciado num smartphone e que resulta muito bem. Aqui a Nokia vence por inovar.

O Browser funciona muito bem, possuindo suporte a conteúdos flash, embora em determinadas páginas não resulte muito bem, pois este demora um pouco a “mastigar” conteúdos mais pesados, no entanto é normal pois não estamos num computador.

Em termos gerais este equipamento merece nota positiva, ainda por mais comparando com a concorrência, pois possui a maioria das funcionalidades do iPhone por exemplo, custando apenas 400 Euros (valores Maio 2011 – site Nokia.pt). Resumindo os pontos fortes são o design e qualidade de construção, qualidade do seu ecrã e experiência multi-toque, integração nativa com redes sociais, emissor FM entre outros, sendo que os pontos fracos são o Sistema Operativo que em boa hora a Nokia vai abandonar, e o menor número de aplicações na Loja Ovi, face ao iPhone por exemplo e ser obrigatório tirar bateria para trocar de cartão SD. No entanto as mais importantes estão lá todas…

Página do Produto: http://www.mynokshop.com/lojaonline/nokia-black-p-11634.html